AQUELA VOZ
Era uma voz que doía, Paraísos, não havia. E morava neste mundo
Mas ensinava. Purgatórios, não mostrava. Aquela voz.
Descobria, Limbos, sim, é que dizia Morava mesmo no fundo
Mal o seu timbre se ouvia Que os sentia, Dum poço dentro de nós.
No silêncio que escutava. Pesados de cobardia Miguel Torga
Lá na terra onde morava. - in Libertação -
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