ALGO MAIS QUE PASSAR POR
UM NOVO ANO!
QUANDO
O SILÊNCIO
FALA,
todo o
supérfluo
ao nosso
redor
fica calado.
A nossa
alma
pode então ouvir
o que
o
coração
lhe diz
sobre o pulsar de cada momento
em que
amou,
perdoou
ou
se
sentiu só
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O que o nosso corpo a soluçar
nos conta,
quanto desamor suportou,
quantas vezes foi
ignorado,
desprezado,
mal compreendido,
violentado,
escravizado,
e tudo em
troca
de uns nadas
troca
de uns nadas
e outros tantos
desejos
desejos
que no final
resultaram
em mais
em mais
umas quantas
cicatrizes
que
teimaram
em
continuar a
sangrar...
A mente,
essa viajante
quase sempre divaga
sobre passados e futuros distantes
do momento presente,
quase sempre ausente
de uma consciência
que teima seguir viagem
em busca de prazer e conveniências
que,
quase sempre
nesses desejos
passamos alguns momentos a rir
e depois o resto do tempo
a sofrer!
Há quem diga que
a dor é inevitável,
pois é uma consequência
de um acidente
ou
prática desadequada
reiterada,
nem sempre previsível,
mas pode ser sempre compreensível.
Já o sofrimento
é opcional,
e há até quem o considere
uma perda de tempo,
mas por experiência sei
que esse sofrimento,
ou talvez dito de outra forma,
esse sentimento de
perda psicológica
induz a uma constante lamentação,
parecido com
o lamber de feridas que
se observa nos animais,
mas estas feridas de que escrevo
não são físicas,
mas sim mentais,
mas sim mentais,
refiro-me áqueles detalhes
do nosso coração
onde permanece o amor próprio
que foi ferido,
por isso
o lamentar é como se fosse
uma
consolação,
consolação,
uma medalha não de mérito,
mas de desventura vivida,
pois,
quanto mais se lambe as feridas
mais elas sangram e incomodam.
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INCONSCIENTEMENTE
estabelece-se assim um consolo
auto-punidor
que serve para
justificar
quem se sente culpado
ou
culpa toda a gente,
mas sem nunca saber bem
o porquê,
nem para que fim,
mas é Humano,
por isso
torna-se compreensível,
mas ainda assim permanece como
uma forma inaceitável
para quem tem de continuar a viver
e
cumprir a obrigação
de
SER FELIZ
Quantas das vezes o mundo permanece
num silêncio sepulcral,
mas a nossa mente, aí está
cheia de ruído, todos os dias,
a cada instante se repete uma festa
de sentimentos indefinidos,
a tal tagarelice de recriminações
e devaneios com desejos vários
que,
sómente servem para alimentar a guerra
que nunca se dirige
para
a obtenção da paz,
mas antes se dirige
para
a manutenção do sofrimento desnecessário
que provoca a insatisfação,
ou seja,
provoca o inferno de dúvidas
que
não desejamos ver esclarecidas,
pois
o receio da descoberta
daquilo que realmente somos
e daquilo que realmente
poderíamos fazer
é superior ao alívio que poderia daí advir.
Assim,
não fosse o caso esclarecer
a coisa em dúvida
e assim se pudesse ver acabado
o sofrimento inútil .
sobre o qual nos habituámos a deitar,
o sofrimento inútil .
sobre o qual nos habituámos a deitar,
permanecemos no conforto doloroso
da auto-comiseração,
da auto-comiseração,
lambendo as feridas do nosso coração,
pois se ficássem os resolvidos e sem dúvidas por esclarecer,
surgia então a dúvida maior
que seria
ficar sem saber o que fazer
com tanta paz
com tanta paz
e possibilidade de ser feliz
Compreendo o medo do silêncio
que muitos têm,
pois embora se queira ouvir
a voz de Deus,
a voz de Deus,
nem sempre se foi ensinado
a fazê-lo
de forma concreta
a fazê-lo
de forma concreta
para que assim se possa ser feliz.
E também há
quem tenha sido ensinado
quem tenha sido ensinado
e não esteja disposto a fazê-lo
a cada instante
de forma
coerente,
assertiva
e
adequada.
a cada instante
de forma
coerente,
assertiva
e
adequada.
Por isso,
tendo em linha de conta o passado recente de cada individuo, é fácil compreender que
muitos optarão por pensar que mais vale fazer uma festa de despedida de 2013 enquanto se deseja um 2014 pleno de muitas felicidades,
desejando tudo de bom a todos,
sem ter consciência de que,
quem sofrerá o mal
correspondente ao bom
que a todos se desejou
mas pelo qual ninguém fez nada de concreto para que isso venha a ser realidade concreta e muito menos sustentável;
correspondente ao bom
que a todos se desejou
mas pelo qual ninguém fez nada de concreto para que isso venha a ser realidade concreta e muito menos sustentável;
Além de que,
para muitos já se tornou um evento corriqueiro enviar
desejos,
felicitações
e
afirmar que o melhor ainda está para acontecer,
sem que de facto
se imaginem a efectuar acções concretas nesse sentido.
O normal mesmo é
a maioria ficar-se pelos desejos e pelos desígnios de mudanças que serão engolidos com as 12 passas
e assim
através do processo orgânico normal
se depositarão os novos votos
para o ano que se avizinha
no mesmo lugar
que as passas já deglutidas.
Claro que,
Para quem aspira silenciosamente descobrir e compreender o que realmente é o seu Ser, o seu potencial,
Para quem aspira silenciosamente descobrir e compreender o que realmente é o seu Ser, o seu potencial,
descobrir em que consta a sua diferença perante o seu próximo,
e assim pudesse compreender-se,
fica numa circunstância mais difícil.
Porque depois,
mesmo que descobrisse tudo isso,
ainda teria que procurar saber
como usar tudo isso;
E teria de o fazer
ouvindo a voz da sua consciência
e
bom senso,
bom senso,
pois se falasse na voz de Deus,
muitos não saberiam em que é que isso consiste,
nem o que isso é
ou para que serve.
Daí, estes que buscam a compreensão
e a forma de poderem Ser,
mesmo conseguindo ultrapassar todos os obstáculos
ainda teriam de vencer a batalha perante aqueles que
não suportando a existência e utilidade do silêncio,
os censurariam pelo simples facto de considerarem
que
só aquilo que seja grande vale a pena contabilizar para estes
o grande ano novo,
vem substituir o já velho e cansado ano que passa
e não lhe deixa saudades
Pois o que há unicamente a fazer
não é analisar e corrigir
ou adequar algo que se encontre fora de sítio ou mal,
mas sim,
fazer mais uma festa onde se varre o lixo
para debaixo do tapete
das
boas intenções.
Assim terá de viver incomodado a maioria,
aquele que desejar descobrir-se a si mesmo;
vivendo mais uma boa quantidade de minutos,
já que os segundos passam rápidamente,
sobre um inferno que se enche com boas intenções
que somente seguem durante o período reservado ao ruído e inconsciência dos minutos que dividem
o velho ano
do novo
do novo
Tudo isto porque
o silêncio incomoda muita gente
que
decidiu não ter tempo para,
que
decidiu não ter tempo para,
ao usar o silêncio,
compreender que,
o bem e o mal intrinseco
seja aquilo que for,
pouca diferença faz
para quem
para quem
deseja ser feliz e equilibrado
sustentadamente;
a diferença fundamental
é a forma como cada um percepciona
o mundo em que vive.
O maior problema que existe a resolver
é
a forma como
cada um vê
cada coisa,
cada detalhe,
pois
muitas pessoas
desejam ver o mundo como lhes convém,
e não como cada coisa acontece,
e
é
na realidade
Por isso
há que mudar,
não
não
de ano,
de desejos,
de amigos,
de local,
de religião,
mas mudar sim
de atitude
e
e
de forma como
se percepciona
se percepciona
cada detalhe da vida.
É o mapa que se tem de adequar ao terreno, em vez do trabalho infrutífero de
adequar o terreno ao mapa!
A realidade da vida é mais que uma projecção psicológica,
ou o resultado de uma vontade
ou conveniência de alguém,
ou o resultado de uma vontade
ou conveniência de alguém,
seja esse alguém quem for
O que nos permite ser equilibrados,
coerentes,
tranquilos,
tendo paz
e
sendo felizes
é a forma como
cada um percepciona a realidade,
seja ela qual for
O remanescente
depende apenas
da execução
e
dos acertos necessários
inerentes ao
objectivo
a que cada um se tenha proposto
Assim como
no silêncio
se destacam os sons,
a felicidade descobre-se
através da tributação
que
nos faz compreender
o que é essencial.
José C. B. Santos
SAUDADE
É
O AMOR
QUE FICA
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