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terça-feira, 31 de dezembro de 2013

CRV - ANO NOVO ALGO MAIS QUE PASSOU / FOI

Algo mais  que  passou por um novo ano!
                                                                                            28.12.2013

COMPREENDE,
RESOLVE & VIVE




QUANDO O SILÊNCIO FALA,
todo
o supérfluo
 ao nosso redor 
fica calado.

A nossa alma 
pode então ouvir
 o que o coração lhe diz
    sobre o pulsar
 de 
cada momento 
em que 
 amou, 
perdoouou 
  se sentiu só 

O que o nosso corpo 
a soluçar 
nos conta,
                       quanto desamor suportou,
                         quantas vezes foi ignorado,
desprezado,
            mal compreendido,
violentado,
  escravisado,
e
tudo em troca de uns nadas
e outros tantos desejos
que no final
resultaram em 
mais umas quantas
cicatrizes
que
teimam em continuar a sangrar...

A mente, essa viajante
quase sempre divaga sobre
 passados e futuros
 distantes do momento presente,
quase sempre ausente de uma consciência
que
teima em seguir viagem
em busca de prazer
e
conveniências 
que, 
quase sempre nesses desejos passamos 
alguns momentos a rir e depois
o resto do tempo a sofrer!

Há quem diga que a dor é inevitável,
pois é uma consequência de um acidente
ou prática desadequada reiterada,
nem sempre é previsìvel,
 mas 
pode ser sempre compreensível.

Já o sofrimento é opcional,
e há até quem 
o considere uma perda de tempo,
mas por experiência sei que
 esse sofrimento,
ou talvez dito de outra forma, 
esse sentimento de perda psicológica
induz a uma constante lamentação, 
parecido com o lamber das feridas
 que se observa nos animais,

mas estas feridas de que escrevo 
não são físicas,
 mas sim mentais,
refiro-me àqueles detalhes do nosso coração
onde permanece o amor-próprio que foi ferido,
por isso 
o lamentar é como se fosse uma consolação,
uma medalha não de mérito,
 mas de desventura vivida,
pois quanto mais se lambe as feridas 
mais elas sangram e incomodam


Inconscientemente 
estabelece-se assim um consolo auto-punidor
 que serve para justificar quem se sente culpado 
ou
culpa toda a gente,
mas sem nunca saber bem o porquê,
nem para que fim, 
mas é Humano, 
por isso 
torna-se compreensivel,
mas ainda assim
 permanece como uma forma inaceitável 
para quem tem de continuar a viver e cumprir 
a obrigação de ser feliz.

Quantas das vezes o mundo permanece 
num silêncio sepulcral,
mas a nossa mente, 
aí está cheio de ruído todos os dias 
a cada instante se repete
 uma festa de sentimentos indefinidos
a tal tagarelice de recriminações e devaneios 
com desejos vários que,
somente servem para alimentar a guerra 
que nunca se dirige para a obtenção da paz,
 mas antes se dirige para
 a manutenção do sofrimento desnecessário 
que provoca a insatisfação,
 ou seja,
provoca o inferno de dúvidas
 que não desejamos ver esclarecidas,
 pois o receio da descoberta 
daquilo que realmente somos
 e
daquilo que realmente poderíamos fazer
é superior ao alívio que poderia daí advir.



Assim, 
não fosse acaso esclarecer a coisa em dúvida 
e assim
 se pudesse ver acabado o sofrimento inútil
sobre o qual nos habituámos a deitar,

permanecemos no conforto doloroso 
da auto-comiseração,
lambendo as feridas do nosso coração,
pois se 
ficássemos resolvidos 
e sem dúvidas por esclarecer,
 surgia então a dúvida maior 
que seria 
ficar sem saber o que fazer
com 
tanta paz 
e
 possibilidade de ser feliz.

Compreendo o medo do silêncio

 que muitos têm, 
pois embora se queira ouvir

 a voz de Deus,
nem sempre 
se foi ensinado
 a fazê-lo de forma concreta
para que assim se possa ser feliz. 
E também há quem tenha sido ensinado
 e não esteja disposto 
a fazê-lo a cada instante
de forma coerente,
 assertiva e adequada,


Por isso, tendo em linha de conta
o passado recente de cada individuo,
é fácil compreender que
 muitos optão por
pensar que mais vale fazer uma festa de 
despedida de 2013 enquanto se deseja um 2014
 pleno de muitas felicidades, desejando tudo de bom
a todos, sem ter consciência de que, quem sofrerá o mal
correspondente ao bom que a todos se desejou,
mas pelo qual ninguém fez nada de concreto 
para que isso venha a ser realidade concreta 
e muito menos sustentável;
Além de que,
para muitos
já se tornou um evento
corriqueiro
enviar desejos,
felicitações,
e afirmar que
o melhor ainda está para acontecer,
sem que de facto se imaginarem a
efectuar acções concretas nesse sentido


O normal mesmo é a maioria ficar-se pelos desejos 
e pelos desígnios de mudanças 
que serão angolidas com as 12 passas
e assim
através do processo orgânico normal 
se depositarão
os novos votos para o ano que se avizinha 
no mesmo lugar que as passas já deglutidas


 Claro que,

Para quem aspira silênciosamente descobrir
e compreender o que realmente é o seu Ser,
o seu potencial,
descobrir em que consiste a sua diferença
 perante o seu próximo,
e assim
 pudesse compreender-se,
fica numa circunstância mais difícil.


Porque depois,

mesmo que descobrisse tudo isso, 
ainda teria de procurar saber como 
usar tudo isso;
E teria de o fazer ouvindo a voz da sua consciência,
permanecendo tranquilamente em paz.


E escrevo voz da consciência e bom senso, 

pois se falasse na voz de Deus, muitos não saberiam 
em que é que isso consiste, nem o que isso é ou para que serve


Daí, estes que buscam a compreensão e a forma de

poderem ser,
 mesmo conseguindo utrapassar todos os obstáculos 
ainda teriam de vencer a batalha
perante aqueles que não suportando
 a existência
e utilidade do silêncio, 
os censurariam pelo simples facto de 
considerarem que somente aquilo que seja grande 
vale a pena contabilizar,
 para estes 
o grande ano novo,
vem substituir o já velho e cansado ano
 que passa
e não lhe deixa saudades


Pois o que há únicamente a fazer 

não é analisar e corrigir
 ou adequar algo que se encontre fora do sítio ou mal, 
mas sim,
fazer mais uma festa onde se varre o lixo 
para debaixo do tapete das boas intenções.


Assim terá de viver incomodado a maioria,

aquele que desejar descobrir-se a si mesmo; 
já que os segundos passam rápidamente,
sobre o inferno que se enche com as boas intenções
que somente seguem durante o período reservado
ao ruído e inconsciência dos minutos que dividem
o velho ano do novo.


Tudo isto porque o silêncio incomoda muita gente

que decidiu não ter tempo para, ao usar o silêncio,
compreender que,
o bem e o mal intrinseco seja aquilo que for,
pouca diferença faz para quem deseja ser feliz
e equilibrado sustentadamente
a diferença fundamental é 
a forma como cada um
percepciona o mundo em que vive.


O maior problema 

que existe a resolver é
 a forma como cada um vê
cada coisa,
cada detalhe,
 pois
muitas pessoas
 desejam ver o mundo como lhes convem,
e não como 
cada coisa acontece, e é uma realidade


Por isso 

há que mudar, 
não de ano, 
     de desejo,
      de amigos, 
    de local,
       de religião, 
mas 
mudar sim de 
atitude,
 e de
forma como se percepciona
cada detalhe da vida.


É o mapa que se tem de adequar ao terreno,

 em vez do
 trabalho infrutífero
de adequar o terreno ao mapa!



A realidade da vida  

é algo mais do que
 uma projecção psicológica,
 ou o resultado de uma vontade ou conveniência de alguém,
 seja esse alguém quem for
O que nos permite
 ser equilibrados, coerentes,
tranquilos,
tendo paz e sendo felizes,
é a forma como cada un percepciona a realidade, 
seja ela qual for;
O remanescente depende apenas da execução 
e dos acertos necessários,
inerentes ao objectivo a que cada um se tenha proposto.


Assim como no 

silêncio
se destacam
 os sons,
a felicidade
 descobre-se através da tributação
que nos faz compreender
o que é essencial.

José C. B. Santos















Vós podeis chamar-me louco,
Democrata, socialista
E comunista também.
Sou tudo isso um pouco,
Pois sou uma coisa mista,
Do bom que tudo tem.

   António Aleixo